A iluminação de um ambiente é uma das coisas que sela sua decoração, e muito mais do que meramente estético e ornamental, sua tonalidade – chamada por temperatura de cor – possui efeitos interessantes sobre o corpo humano, de forma que cada ambiente pode se beneficiar de formas diferentes das tonalidades da luz.
Entendendo melhor o conceito de temperatura de cor
Apesar de usarmos o termo “temperatura”, não é ao volume energético ou ao calor emitido pela lâmpada, esse critério na verdade se refere à incidência de calor sobre o metal.
Medido em graus Kelvin (onde cada grau celsius equivale a 273,15 Kelvin), o espectro de cores da luz na verdade se baseia na temperatura que uma superfície metálica emita de acordo com o quanto é aquecida.
Por exemplo: quando aquecidos entre 2 e 3 mil graus Kelvin (a marcação na régua da temperatura das cores fica marcada por K, referente aos graus Kelvin), o metal emite uma cor mais quente, alaranjada, e se aquecido a extremos, como 9000K, chega a atingir cores azuladas.
Parece contraintuitivo chamar uma cor gerada com menor temperatura sobre o metal de ‘quente’, enquanto aquela obtida com maior temperatura sobre o metal de ‘fria’, mas essa parte se refere mais a como nós sentimos e associamos aquelas cores, os tons amarelos e alaranjados remetem mais às chamas, enquanto os mais frios, às luzes artificiais.
A influência da temperatura da luz em nossos corpos
Já ouviu falar da Melatonina? Esse hormônio é o principal agente do sono, pois ajuda a relaxar o corpo e prepará-lo para o sono, e o melhor meio para deixá-lo mais concentrado é com uma incidência suave ou nula de luz; já a incidência de uma luz mais intensa prepara o corpo para as atividades diárias, aumentando a atenção e o estado de alerta.
O corpo humano sempre foi sincronizado com o ciclo dia-noite, e a luz mais quente simula a luz matinal e os tons mais brandos da luz lunar, enquanto a luz fria tem mais a ver com o sol à pino da tarde.
Com a iluminação elétrica e a vida mais vivida dentro de casas e edifícios, uma parte desse senso fica um pouco abalado, mas a tecnologia nos ajuda a simular estas intensidades. Basta perceber o tom frio da luz de nossos aparelhos eletrônicos, e o tom quente dos abat-jours do quarto, por exemplo, eles são pensados para usos diferentes.
Mas a ideia vai muito além: shoppings, escritórios, academias, salas de aula, luz de eletrônicos, é comum e até desejável que estes utilizem luzes de tons frios para incentivar a concentração, a atividade, a “burlar”, por exemplo, o sentimento de sonolência que a noite costuma nos causar. Muitas marcações luminescentes também costumam usar luz branca e bem intensa.
Já os ambientes que usam a luz quente costumam ser aqueles pensados para o relaxamento: restaurantes, spas, bares. O incentivo à produção da melatonina causa um relaxamento, um descanso dos sentidos e dos músculos, aumentando a receptividade à atividades mais prazerosas e recreativas.
Então como escolher a temperatura de cor de lâmpada para a casa?
Antes de discutir apenas qual temperatura de cor de lâmpada é mais adequada para cada cômodo, vale a pena comentar que também existem tipos diferentes de iluminação:
- A iluminação difusa costuma ser aquela mais central que, apesar de possuir um foco luminoso relativamente intenso, precisa iluminar uma área relativamente grande, e costuma receber acessórios para tornar sua irradiação mais suave. A iluminação difusa é bastante comum nas casas, nos espaços mais amplos, na iluminação pública.
- A iluminação direta, por sua vez, emite um foco mais direto, e geralmente mais intenso. É muito comum na iluminação de áreas externas, no destacamento de algo, na demarcação e também como foco de luz individual para, por exemplo, leitura, trabalhar sobre uma escrivaninha, guaritas e outros.
- A iluminação indireta, em claro contraste com a iluminação direta, é aquela que não possui um foco de luz exposto. Através de acessórios como sancas e plafons, sua luz é abrandada, irradiando de forma bem mais suave a luz.
Vale a pena considerar que o tipo de iluminação não implica diretamente na intensidade da temperatura da luz, apesar de determinadas técnicas favorecerem certos tipos de iluminação e vice-versa.
Iluminação do quarto
Pensando nas informações levantadas durante esta postagem, fica mais fácil deduzir qual iluminação utilizar em cada cômodo.
Em áreas de mais atividade e concentração, como no escritório da casa, sobre a penteadeira e em sobre o lavabo, luzes mais intensas, entre 5,5 e 7k são mais recomendadas. Se a iluminação for direta, a intensidade pode ser menor, caso seja indireta, aposte em uma intensidade maior.
Cômodos como a sala podem variar de acordo com seu uso, ainda mais que muitas casas, especialmente apartamentos, integram os cômodos, como salas de estar e jantar e cozinhas. Assim, você pode ter uma luz central difusa e outros focos variados, de acordo com o ambiente específico; uma poltrona de leitura pode ganhar uma, e a mesa de jantar, uma luminária suspensa mais quente, entre 3 e 4K.
Mas nosso foco hoje é o quarto, e quando se trata dele, a função principal é o relaxamento, de forma que as luzes quentes certamente são as mais recomendadas, aliadas à uma iluminação indireta.
Aposte nos tons mais amarelados, na faixa dos 3K, isso ajuda a balancear as luzes da TV, por exemplo. Para ajudar mais no relaxamento, você pode adicionar luminárias suaves ao lado da cama para momentos de leitura, também com luzes quentes para induzir ao sono.
Se tiver penteadeira ou espelho grande no quarto, invista em uma iluminação própria para estes, com tons bem frios para ajudar na visibilidade.
O último a comentar, apague as luzes
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